viernes. 29.03.2024
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Opinión

Adivinham-se mudanças globais

Adivinham-se mudanças globais

Todos os indicadores disponíveis apontam para grandes mudanças geoestratégicas, a nível global, a partir já deste ano de 2014.

Os Estados Unidos da América, grande importador de petróleo, apesar das suas significativas reservas atingirem 26,54 milhares de milhões de barris, no final de 2012, estão em vias de alcançar a suficiência energética. A nova base é auxílio do gás extraído de rochas xistosas, gás de que se tornarão o maior produtor mundial, superando mesmo a Rússia.

Entretanto, no México, estado norte-americano vizinho, a vitória do PRI permitiu que o Congresso do país colocasse fim no passado dia 12 de Dezembro, ao exclusivo estatal da produção do petróleo, abrindo o sector ao capital estrangeiro. A medida de estatização tinha sido aprovada pelo próprio PRI, no ano de 1938 do século passado.

As grandes companhias petrolíferas que veem seguindo a situação política mexicana e, não sejamos ingénuos, exercendo a influência necessária para que as decisões evoluam no sentido dos seus próprios interesses, estão já a afinar a maquinaria financeira necessária para se envolverem no negócio e não desperdiçarem tão apetitosa oportunidade.

O alvo é a mais que viável constatação da existência de uma grande jazida petrolífera em águas profundas, na Baía de Burgos, com reservas potenciais avaliadas em mais de 15 mil milhões de barris.

Parece também assegurado que os terrenos mexicanos vizinhos do Texas, com quem fazem fronteira, são beneficiários da extensão dos recursos já conhecidos e em exploração neste estado americano.

A importância do investimento internacional para acudir às novas realidades da apetecível carteira de fornecimentos no sector da energia, vai certamente refletir-se numa diminuição dos fluxos de apoio financeiro aos países petrolíferos da África Ocidental, como Angola, e também ao Brasil e à Venezuela.

O próprio Médio Oriente, até agora fiel da balança sequiosa de energia dos Estados Unidos, poderá ver-se afetado e ter de entrar num processo de reequilíbrio político de estados como o Irão e a Arábia Saudita e, como consequência lateral, do estado de Israel.

Nestas circunstâncias, talvez até os concessionários da exploração de petróleo em águas de baixa profundidade ao largo do Algarve, fechem as tampas dos poços, a aguardar por melhores dias, e o turismo das nossas praias bem como a pesca costeira, possam respirar por largos anos em paz.

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